"[...]Na verdade mesmo, eu não tenho medo de morrer ou de sentir muito frio ou muita fome.
Até sinto, mas sinto muito mais medo da inteligência humana. Ela traz a ignorância. Sinto muito medo do orgulho humano; ele faz as pessoas pensarem que dá pra conquistar o mundo sozinhas, e sabe-se lá aonde elas vão parar desse jeito. Vão passando por cima do que tentar ajudar.
Tenho medo das pessoas não amarem o mundo. Não amarem o próximo. Soltarem uma bomba atômica por causa política e acabarem com os meus sonhos bons.
A língua é a espada mais afiada de todas as eras; tenho medo de como os seres humanos podem usá-la e cortar a paz e a alegria da gente, cortar o coração, fazendo assim só escapar meus tesouros que guardo com carinho.
Eu queria que meus medos fossem o medo de ficar velho e sozinho ou o medo de ficar sem dinheiro.
Mas o que eu posso fazer se quando eu estou de joelhos, ou buscando o auxílio do Pai só me vem a mente pedir pra me perdoar; pra me proteger pois tenho medo, e pra acima de tudo, me fazer diferente ... melhor do que essas criaturas daqui. [...]"
Relato Sensível Rústico - Antonio Silvio Favatto Filho - 12.12.2011
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